I: Amostras de “Qenya”
Estas são as amostras mais importantes de “Qenya”, vários materiais primitivos que podem não possuir autoridade total por causa das revisões posteriores de Tolkien:
– O conteúdo do Qenyaqetsa ou Qenya Lexicon (Léxico Qenya), uma lista de cerca de seiscentas raízes élficas e milhares de palavras em “qenya” derivadas delas, escrita por volta de 1915. Ver LT1: 246. Os Apêndices no LT1 e LT2 mencionam muitas palavras do Qenya Lexicon. Isto demonstra que muitas palavras conhecidas do quenya maduro remetem ao início mais remoto, mas ela freqüentemente contradiz a fonologia e o vocabulário estabelecido que conhecemos do quenya maduro. Algumas palavras do Qenya Lexicon podem ser “recuperadas” no idioma maduro, com adaptação fonológica onde necessário; outros itens primitivos de vocabulário são melhor ignorados. – Algumas palavras em qenya também são mencionadas no Gnomish Lexicon (Léxico Gnômico), escrito por volta de 1917. Os conteúdos do Gnomish e do Qenya Lexicon foram publicados no Parma Eldalamberon #11 e #12, respectivamente.
– O poema Narqelion. Um fragmento do poema foi publicado por Humphrey Carpenter em seu livro J. R. R. Tolkien – Uma Biografia, página 83: Ai! lintulinda Lasselanta / Pilingeve suyer nalla qanta / Kuluvi ya karnevalinar / V’ ematte singi Eldamar. Nenhuma tradução sobreviveu, mas as palavras lasselanta “queda de folhas, outono” e Eldamar “Casadelfos” são conhecidas do quenya maduro. A palavra qanta é escrita errada no livro de Carpenter como “ganta”; nenhuma palavra em quenya (ou “qenya”) começa com g. (qanta, posteriormente escrita quanta, significa “cheio”.) O poema inteiro foi posterior- mente publicado no Parma Eldalamberon e Mythlore. Ele é datado de “novembro de 1915, março de 1916” e pode ser o texto élfico mais antigo que já foi publicado até agora. Ele sem dúvida é um dos textos élficos mais antigos que Tolkien já es-
creveu.
– Algumas frases curtas encontradas no “The Book of Lost Tales” (O Livro dos Contos Perdidos): Tulielto! “Eles vieram!”, I·Eldar tulier “os Eldar vieram”, I·kal’ antulien “A luz retornou” (LT1: 114, 184). Estas frases parecem ter sido escritas bem cedo (antes de 1920).
– Oilima Markirya, “A Última Arca”, um poema apresentado em duas versões, em MC: 213-214 e MC: 221-223. (Na ver- dade também há uma terceira versão, em MC: 220-221.) O idiomas da(s) primeira(s) versão(ões) do poema é muito diferente do quenya de O Senhor dos Anéis e d’O Silmarillion. Muitos anos após escrever Oilima Markirya, provavelmente durante a última década de sua vida, Tolkien criou uma nova versão deste poema, aquela em MC: 221-223. Esta foi na prática uma tradução do “qenya” para o quenya como ele agora concebia o idioma. Esta tradução demonstra que o quenya maduro é um idioma muito diferente do “qenya” mais primitivo de Tolkien – de fato, os dois idiomas provavelmente seriam mutuamente ininteligíveis, embora compartilhem o mesmo estilo fonético e alguns itens lexicais.
– Nieninque, um poema curto apresentado em MC: 215-216: Norolinde pirukendea / elle tande Nielikkilis, / tanya wende nieninquea / yar i vilya anta miqilis. / I oromandin eller tande / ar wingildin wilwarindëen, / losselie telerinwa, / tálin paptalasselindëen. “Saltitando levemente, rodopiando levemente, de lá veio a pequena Niéle, aquela donzela como uma fura-neve (Nieninqe), para quem o ar manda beijos. Os espíritos da floresta vieram de lá, e as fadas da espuma como borboletas, o povo branco das castas de Terradelfos, com pés como a música de folhas caindo”. Este poema está escrito no mesmo idioma do Oilima Markirya acima. Assim, ele não nos diz muito sobre a gramática e o vocabulário do quenya maduro. Este poema foi escrito por volta de 1931, bem mais de vinte anos antes da publicação do SdA.
– Earendel (sic, e não Eärendil, embora a forma em i seja usada no próprio poema), um poema curto apresentado em MC: 216: San ninqeruvisse lútier / kiryasse Earendil or vea, / ar laiqali linqi falmari / langon veakiryo kírier; / wingildin o silqelossëen / alkantaméren úrio / kalmainen; i lunte linganer, / tyulmin talalínen aiqalin / kautáron, i súru laustaner. “Então sobre um cavalo branco navegou Earendel, sobre um navio sobre o mar, e as molhadas ondas verdes a garganta do navio do mar lascaram. As donzelas da espuma com cabelos brancos em flor o fizeram brilhar à luz do sol; o barco zuniu como uma corda de harpa; os altos mastros vergaram-se com as velas; o vento ressoou”. Mesmo idioma e data do Nieninque acima.
– A frase “Koivienéni”: Eldar ando kakainen Koivienenissen mennai Orome tanna lende i erenekkoitanie (com algumas versões variantes) – “Os elfos estavam dormindo há muito em Koivienéni até Orome lá chegar para que pudesse acordá-los”. A frase foi encontrada nos manuscritos de Tolkien nos Arquivos da Universidade de Marquette. Esta frase, assim como a seguinte, foi provavelmente escrita em algum ponto dos anos trinta quando as idéias de Tolkien sobre o quenya ainda não estavam maduras (note “Koivienéni” para Cuiviénen).
– A frase “Duas Árvores”: Valar empannen Aldaru mi kon-alkorin ar sealálan taro ar silankálan ve laure ve misil(mais uma vez com algumas versões variantes). Encontrada na mesma folha de papel da frase “Koivienéni”. Não traduzida, mas significando provavelmente algo como *”os Valar plantaram as Duas Árvores em uma gramado abençoado, e elas cresceram altas e brilhavam como ouro [e] como prata”. Estas duas frases (Koivienéni e Duas Árvores) forma publicadas no Vinyar Tengwar #27.
– A frase “Ártica”: Mára mesta an ni véla tye ento, ya rato nea – “Adeus até que eu os veja de novo, e espero que seja logo”. Isto não está afirmado como quenya, mas como “ártico” – uma amostra de um idioma usado no Polo Norte, apresentada em The Father Christmas Letters. Estas eram cartas supostamente escritas por Papai Noel para os filhos de Tolkien, mas na verdade escritas pelo próprio Tolkien. Ele nunca pretendeu que elas fossem publicadas (isto foi feito pela sua família após sua morte). Embora as Cartas de Papai Noel não tenham nada a ver com a Terra-média e não pertencem aos trabalhos sérios de Tolkien, está claro que a frase “Ártica” é na verdade um tipo de quenya (ou “qenya”).
– A Canção de Fíriel: uma longa (quase 90 palavras) canção em quenya encontrada em LR: 72. Isto ainda é “qenya”, mas muito mais próximo do estilo de quenya do SdA do que os três poemas do MC mencionados acima. Uma desinência verbal condicional –ie é muito usada, mas esta desinência provavelmente não é válida no estilo de quenya do SdA. Clique aqui para uma discussão completa da Canção de Fíriel.
– Fragmentos de Alboin Errol em LR :47, com tradução entrelinhas: ar Sauron túle nahamna “e Sauron veio [*humilhado]” / lantier turkildi unuhuine “eles caíram, [os] Turkildi [*Reis dos Homens] sobre a Sombra” / tarkalion ohtakáre valannar “Tar-Calion [Ar-Pharazôn] guerra-fez contra-Poderes [Valar]” / herunúmen ilu terhante “Senhor-do-Oeste mundo partiu” / ëari ullier kilyanna “mares vertera em-Abismo” / Númenóre ataltane “Númenor caiu” / malle téra lende númenna ilya sí maller raikar “estrada reta foi em direção ao Oeste todas agora estradas curvas” / turkildi rómenna “Turkildi em direção ao leste” / nuruhuine mel-lumna “Morte-sombra nós-é-pesada” / vaháya sin atalante “longínqua agora Atalantë”. Mesmo idioma da Canção de Fíriel.
– Fragmentos de Lowdham. Vários fragmentos de “qenya” apresentados em SD: 246-247 (note que também há material adûnaico aqui). Algumas partes destes fragmentos são praticamente idênticos àqueles de Alboin Errol citados acima: muito próximos do quenya maduro.
– Algumas frases ditas por Elendil e Herendil: Man-ie, atto? “O que é isto, pai?” Atarinya tye-meláne “Meu pai, eu te amo”, A yonya inye tye-méla “E eu também, meu filho, te amo”, E man antaváro? “O que de fato ele dará?” (LR: 59, 61, 63).
– Membros do Notion Club falando em outra língua (SD: 290): Es sorni heruion an! “As águias dos Senhores estão perto!” Sorni Númevalion anner! “As águias dos Poderes do Oeste estão perto!” (versão rejeitada: Soroni númeheruen ettuler!)
– Uma versão primitiva do Namárië (ver abaixo), apresentada em TI: 284-285: Ai! laurie lantar lassi súrinen / inyalemíne rámar aldaron / inyali ettulielle turme márien / anduniesse la míruvórion / Varda telúmen falmar kírien / laurealassion ómar mailinon. / Elentári Vardan Oiolossëan / Tintallen máli ortelúmenen / arkandavá-le qantamalle túlier / e falmalillon morne sindanórie / no mírinoite kallasilya Valimar. (O texto como dado no TI emprega mácrons ao invés de acentos para indicar vogais longas.) A maioria das palavras pode ser identificada, mas uma tradução fluente é difícil de dar. Anthony Appleyard supõe que isto são “meramente pedaços que vieram à mente de Tolkien conforme ele pensava, e ele pretendia interpolar outras partes posteriormente para completar o sentido; mas no final ele jogou fora tudo, exceto a linha 1”. Por outro lado, David Salo argumenta que o texto é de fato completo. Aparentemente existem várias desinências declináveis não encontradas em nenhum outro lugar; muito provavelmente elas foram excluídas mais tarde. Ainda assim a versão variante do Namárië foi citada em An Introduction to Elvish pág. 5; isto é de particular valor porque registra nar “são/estão” como a forma de plural do verbo ná “é/está”. Ver o artigo de David Salo no Tyalië Tyellelliéva #12 para uma discussão próxima à exaustiva de todos os vários estágios e versões do Namárië.
– Algumas declinações antigas forma publicadas no Vinyar Tengwar: a chamada declinação Entu, Ensi, Enta foi publicada e analisada (por Christopher Gilson) no VT #36. Evidências internas sugerem que ela foi escrita entre 1928 e 1936. Ela consiste de o que parecem ser algumas palavras conjugadas em todos os casos, mas nenhum caso é nomeado e nenhuma forma é traduzida. As desinências não concordam muito bem com o sistema conhecido do quenya maduro. A chamada Declinação Bodleian apareceu no VT #28; ela foi aparentemente escrita em 1936. Ela demonstra que a declinação de radicais em –a, –o e –e, mas os casos não são identificados. Aparentemente ela está mais próxima do quenya maduro do que Entu, Ensi, Enta, mas ainda existem algumas discrepâncias. Estes declinações são de pouco valor fora demonstrar que as idéias de Tolkien sobre o quenya estavam amadurecendo constantemente nos anos vinte e no início dos anos trinta, antes que um sistema quase maduro surgisse na segunda metade dos anos trinta.
II: Amostras de quenya maduro
– Elen síla lúmenn’ omentielvo, “uma estrela brilha sobre a hora do nosso encontro”, uma saudação élfica dada em SdA1/I cap. 3. (A primeira edição do SdA tinha omentielmo, provavelmente a leitura do texto original de Frodo, traduzida para o inglês por Tolkien. Mas comentaristas gondorianos apontaram que omentielvo é a forma correta nestes contexto, e Tolkien usou a forma correta quando uma versão revisada do SdA foi publicada em 1966. Ver Letters: 447. Note que “omentilmo” em certas edições americanas é um erro de digitação.) Esta saudação também é apresentada em WJ: 367, aqui na forma elen síla lúmenna omentielvo, sem a omissão do a final em lúmenna. (Letters: 424 apresenta uma parte da saudação, omitindo elen, mas mais uma vez sem a omissão do a final.) Uma forma mais antiga da saudação é encontrada em RS: 324: Eleni silir lúmessë omentiemman “as estrelas brilham na hora do nosso encontro”, modificada para Elen silë… “Uma estrela brilha…” Omentiemman com o genitivo em –n é “qenya”, mas as formas verbais são interessantes (um bom exemplo do aoristo, tanto no sg. como no pl.).
– Arwen vanimelda, namárië! “Bela Arwen [lit. Arwen sua beleza], adeus!” – a despedida de Aragorn à Arwen em Cerin Amroth, repetida por ele ao recordar a cena no mesmo lugar muitos anos depois. A primeira edição possuía vanimalda ao invés de vanimelda. (SdA1/II, fim do cap. 6, traduzida em WJ: 369. A versão no SdA tem namarië ao invés de namárië, mas tanto WJ: 369 como outras fontes [uma delas no próprio SdA] confirma que a segunda vogal deve ser á, e não a.)
– Namárië, “Adeus”, um longo (80 palavras) poema em quenya apresentado em SdA1/II, próximo ao final do cap. 8. Tam- bém conhecido como Lamento de Galadriel. Este poema é inteiramente discutido aqui. Até a publicação do poema Markirya (veja abaixo), este era o mais longo texto em quenya conhecido. O poema inteiro é apresentado duas vezes em RGEO: 66-67. Na primeira versão, Tolkien adicionou acentos ao texto, indicando todas as ênfases, grandes e pequenas. A segunda versão, com tradução entrelinhas, difere um pouco da versão encontrada no SdA. Tolkien explicou que “a ordem das palavras e o estilo [da versão do SdA] são ‘poéticos’, e fazem concessões à métrica”. Ele reescreveu o poema para “um estilo mais normal e claro”, nos possibilitando fazer uma comparação direta entre o estilo poético e o normal no alto-élfico.
– Aiya Eärendil Elenion Ancalima! “Salve Eärendil, a mais brilhantes das estrelas!” Um fragmento de um poema sobre Eärendil que Frodo foi inspirado a pronunciar quando usou o frasco de Galadriel na toca de Laracna (SdA2/IV cap. 10, tra- duzido em Letters: 385).
– A laita te, laita te! Andave laituvalmet! … Cormacolindor, a laita tárienna! “Louvai-os, louvai-os! Por muito tempo iremos louvá-los! [Os] Portadores do Anel, louvai [-os] às alturas!” O louvor que Frodo e Sam receberam no Campo de Cormallen (SdA3/VI cap. 4, traduzido em Letters: 308).
– Et Eärello Endorenna utúlien. Sinome maruvan ar Hildinyar tenn’ Ambar-metta! “Do Grande Mar vim para a Terra- média. Neste lugar vou morar, e também meus herdeiros, até o fim do mundo” – As palavras de Elendil quando chegou na Terra-média após a Queda de Númenor, repetidas por Aragorn em sua coroação (SdA3/VI cap. 5). Variantes mais primitivas são encontradas em SD: 56: Et Ëarello Endorenna lendien. Símane maruvan, ar hildinyar, kenn’ Iluve-metta, modifica- da para Et Ëarello Endorenna nilendie. Sinome nimaruva yo hildinyar tenn’ Ambar-metta. Estas variantes podem não estar em quenya maduro perfeito; em particular, parece que Tolkien abandonou o prefixo pronominal ni– (“eu”) e provavel- mente a noção inteira de prefixos pronominais ao invés de sufixos.
– Yé! utúvienyes! “Encontrei-a!” Exclamação de Aragorn quando encontrou a muda da Árvore Branca (SdA3/VI cap. 5). Yé não é traduzida, mas parece ser simplesmente a interjeição “ah!”
– A vanimar, vanimálion nostari “Ó seres belos, pais de belas crianças”, saudação de Barbárvore a Celeborn e Galadriel, dada em SdA3/VI cap. 7 (a vírgula estava ausente na primeira edição do SdA, mas apareceu na segunda). Traduzida em Letters: 308 e SD: 73. (A última fonte apresenta a tradução “seres lindos geradores de seres lindos”; esta tradução é mais literal.) Uma versão mais antiga da mesma frase é dada em SD: 64: O vanimar vanimalion ontari. Esta versão confirma que a forma dada no Etimologias, “ontani” como o pl. de ontaro, ontarë, é um erro para ontari “pais” (LR: 379).
– Utúlie’n aurë! Aiya Eldalië ar Atanatári, utúlie’n aurë! “O dia chegou! Vejam, povo dos Eldar e Pais dos Homens, o dia chegou!” Grito de Fingon antes da Quinta Batalha (Silm cap. 20). Uma versão diferente em WJ: 166 tem Atanatarni para Atanatári.
– Auta i lóme! “A noite está passando!” O que o exército de Fingon respondeu (Silm cap. 20).
– Aurë entuluva! “O dia voltará!” O que Húrin posteriormente gritou quando estava claro que a batalha estava perdida (Silm cap. 20).
– A Túrin Turambar turún’ ambartanen “Ó Túrin senhor do destino, pelo destino dominado”, grito de Nienor Níniel quando descobriu que o homem com o qual ela havia casado era seu próprio irmão (CI: 155). No Silmarillion (próximo ao final do capítulo 21), turún’ se tornou simplesmente turun. Surpreendentemente, Nienor usa a forma sindarin do nome de seu irmão, Túrin, ao invés da forma em quenya Turindo (LR: 395).
– O Juramento de Cirion, duas frases em quenya apresentadas em CI: 340, ao todo 26 palavras. Vanda sina termaruva Elenna·nórëo alcar enyalien ar Elendil Vorondo voronwë. Nai tiruvantes i hárar mahalmassen mi Númen ar i Eru i or ilyë mahalmar eä tennoio. “Este juramento há de permanecer em memória da glória da Terra da Estrela e da fé de Elendil, o Fiel, aos cuidados daqueles que se assentam sobre os tronos do Oeste e do Um que está acima de todos os tronos para sempre”. (Literalmente, a segunda frase significa “que o guardem, aqueles que estão sentados sobre os tronos no Oeste e o Um que está acima de todos os tronos para sempre”.) Tolkien adicionou algumas notas gramaticais interessantes (CI: 497).
– Anar kaluva tielyanna, “o sol brilhará sobre o seu caminho”, uma saudação (CI: 10; ver CI: 455 para a tradução).
– Algumas frases e expressões em quenya encontradas em The War of the Jewels (WJ): áva kare “não faça isto!” (pág. 371), i karir quettar ómainen “aqueles que formam palavras com vozes” (pág. 391), á vala Manwë “que Manwë ordene”, Valar valuvar “a vontade dos Valar será feita” (ambas na pág. 404).
– Algumas frases e expressões em quenya encontradas no The Peoples of Middle-earth (PM): Manen lambë Quendion ahyanë[?] “Como o idioma dos elfos mudou?” Mana i·coimas Eldaron[?] “O que é o ‘coimas’ dos Eldar?” (ambas na pág. 396), também ‘Mana i·coimasin·Eldaron?’ maquentë Elendil na pág. 403, não traduzida mas evidentemente significando *”‘O que é o coimas [lembas] dos Eldar?’, Elendil perguntou”; Sin Quente Quendingoldo Elendilenna (pág. 401), não traduzida mas evidentemente significando *”isto Pengolodh disse a Elendil” ou possivelmente *”assim falou Pengolodh a Elen- dil”. Uma forma curta, Quentë Quengoldo, sucedendo um longo texto em PM: 404, é traduzida “Assim falou Pengolodh” na página seguinte, mas literalmente ela significa simplesmente *”disse Pengolodh”.
– O poema Markirya em MC: 221-222, que realmente é o Oilima Markirya mencionado acima traduzido para o quenya maduro, provavelmente durante a última década da vida de Tolkien. Possuindo mais de 90 palavras, este é o texto em quenya mais longo que já foi publicado (em MC: 4, Christopher Tolkien o descreve como “uma das maiores peças do quenya”). Tolkien fez algumas revisões e adicionou um comentário glossarial. O poema é traduzido em MC: 214-215 (note a nota 8 em MC: 220). O poema Markirya é inteiramente discutido aqui.
Outras fontes importantes de informações sobre o quenya incluem as seguintes:
– O Etimologias em LR: 347-400. Esta é uma lista de cerca de seiscentas raízes primitivas seguidas por algumas das palavras que elas originaram em línguas posteriores, incluindo quenya; são mencionadas por volta de 1300 palavras em quenya. A lista na verdade representa um estágio muito tardio do “qenya” (por exemplo, existem numerosos exemplos de genitivos em –n ao invés de –o), mas o idioma do Etimologias é tão próximo do quenya maduro que se pode confiar nele em todos os casos em que não contradiz material tardio (apenas algumas palavras devem ser rejeitadas, tais como malda [radical SMAL] ao invés de malta como a palavra para “ouro”, uma vez que a última ocorre no SdA). Com respeito ao vocabulário alto-élfico, o Etimologias permanecerá nossa fonte única mais importante (mas mesmo assim, deve-se perceber que menos da metade das palavras conhecidas vêm desta lista).
– A Carta Plotz. Esta é uma carta que Tolkien enviou a Dick Plotz, fundador da Tolkien Society da América. Ela data de mais ou menos 1966-67. Nesta carta, Tolkien estabelece a declinação do substantivo do quenya. Assim, este documento é uma das fontes mais importantes que temos. Ela foi publicada pela primeira vez por Jorge Quiñonez no Vinyar Tengwar #6.
– The Letters of J. R. R. Tolkien, editado por Humphrey Carpenter. Informações valiosas sobre o quenya são encontradas aqui e ali nestas cartas, em particular a respeito do prefixo superlativo (pág. 279) e o dual (pág. 427). A existência de radicais de verbos contínuos é confirmada (pág. 427) e aprendemos que consoantes finais são permitidas em quenya (pág. 425).
– Relato de Lowdham sobre o idioma adunaico (SD: 413-440). Apesar de centrado principalmente em outro idioma, alguma informação sobre o quenya (“avalloniano”) também pode colhida ou suposta a partir deste relato: encontros consonan- tais iniciais não são permitidos e apenas um número limitado de combinações são toleradas mediamente (pág. 417- 418), bases biconsonantais são normais (pág. 416), as combinações mp,nt, nc e nw são favorecidas (pág. 420), e a infixação nasal é de considerável importância (pág. 433). Há também as palavras tyulma “mastro” aend hyóla “trump” (pág. 419); a última só é atestada aqui.
– Quendi and Eldar, um ensaio publicado em WJ:360-417. Ele abrange principalmente a “origem e significado das palavras élficas que se referem ao elfos e suas variedades” e inclui “apêndices sobre seus nomes para outros Encarnados”. De particular interesse é uma discussão das funções do genitivo (desinência –o) vs. o possessivo (desinência –va) (págs. 368-369). Também aprendemos que há uma distinção entre verbos fortes e fracos (pág. 366).
Bom dia! Estou fazendo o Curso de Quenya. Como posso tirar as dúvidas? Grato! Jorge